segunda-feira, 6 de abril de 2009

A banalização do jornalismo

Na semana passada alguns universitários invadiram a câmara dos vereadores de Araçatuba para protestar a favor da exigência do diploma de jornalismo para exercer a profissão. Foi uma iniciativa muito boa mesmo. Mas será que só isso basta?
Navegando contra a maré estão os veículos de comunicação. Não é raro encontrar artigos e mais artigos escritos por profissionais de diversas áreas nos vários veículos de comunicação impresso. A justificativa é que aquele profissional é formado em sua área de atuação e nada mais sensato que ele escreva de graça e que arque com qualquer informação errada que possa veicular.
Onde está a pesquisa? Onde está a entrevista e a formulação da matéria através de um profissional em comunicação? É mais fácil e barato pedir a um médico que assine uma coluna semanal sobre saúde. Escreva nela o que quiser, menos dor de cabeça para o editor que não precisa correr atrás de pautas e dinheiro economizado que seria pago a um profissional de comunicação.
Se o diploma de jornalismo se torna desnecessário para atuar como jornalista, ora, o que impede do advogado ensinar seu ofício ao filho? Deixe o garoto ler livros e mais livros de leis e depois coloque-o advogando ao seu lado. Para que pagar altas mensalidades durante cinco anos em uma instituição de ensino?
Mas no meio jurídico não funciona assim, não basta saber apenas, tem que ter a carteirinha da OAB conquistada a muito custo, e por essa organização podemos tirar o chapéu para os advogados.
No jornalismo não funciona assim, como já foi dito por profissionais na área: “Não é preciso ser jornalista para escrever em um jornal, basta que tenha um pouco de noção de língua portuguesa e que domine um pouco sobre o assunto”.
Melhor ainda se você for filho(a) de jornalista, basta ter o ensino médio para não fazer feio, vai para a tela direto.
O jornalismo ficou banalizado, não adianta lutar para ter o diploma reconhecido se qualquer um pode exercer a profissão de jornalista. Sem apoio dos veículos de comunicação, que deveriam exigir apenas jornalistas formados atuando em jornais e programas, acaba sendo o mesmo que colocar o Tiririca em um carrinho de rolimã para correr contra o Felipe Massa em um carro da fórmula 1. É entrar com a certeza de que vai rolar uma derrota feia por aí.

Quem está dentro, quer que o mundo se exploda, quem está fora, quer a regulamentação. Assim caminha a humanidade

Um comentário:

Anônimo disse...

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